O diagnóstico de diabetes muitas vezes assusta, mas, hoje em dia, o paciente que recebe este tipo de notícia tende a recuperar com rapidez a sua confiança em uma boa qualidade de vida. Isso porque nos últimos anos houve grandes avanços em termos de tratamento, ao mesmo tempo em que surgiram condutas comportamentais que minimizam os efeitos da doença.
Em particular, a difusão da prática de exercícios físicos especiais para diabéticos tem proporcionado resultados muito interessantes no enfrentamento da doença, incluindo a redução da glicemia de 20 a 30%. Tanto isso é verdade que alguns diabéticos chegam a participar de maratonas, tal como Bruno Helman, CEO e fundador do Instituto Correndo pelo Diabetes.
Bruno recebeu o diagnóstico de diabetes aos 18 anos e, incentivado pelo pai, começou a praticar exercícios logo em seguida. Ele tem diabetes tipo 1, que é uma doença autoimune, em que os anticorpos destroem as células-beta do pâncreas e, com isso, prejudicam o funcionamento do órgão, chegando a provocar a sua total falência em determinados casos. O tratamento exige a administração de insulina e o frequente monitoramento da glicose no organismo.
Para participar de maratonas, Bruno realiza um preparo físico especial sob acompanhamento médico, que previne lesões e outras consequências. Os cuidados incluem o monitoramento da glicose, alimentação adequada e uso de substratos que garantem o cumprimento da prova. Com isso, Bruno já participou de 15 maratonas.
O instituto criado por Bruno oferece programas para promover a saúde e a inclusão das pessoas com diabetes e seus familiares, com foco na prática de exercícios. Conta com treinos, aula de ioga e encontros regulares entre os participantes.
“Quando o paciente recebe o diagnóstico, é algo muito pesado, em função do estigma da sociedade e da falta de informação. O papel do instituto é ajudar as pessoas a conviver com esta condição e a interagir com outros que possuem o mesmo problema”, explica Bruno.
Mitos e verdades
1- É possível reverter a pré-diabetes.
Verdade – Hoje já se sabe que a doença, neste estágio, pode ser revertida por meio de mudanças no estilo de vida e com a introdução de novos medicamentos.
2- Diabetes sempre apresenta sintomas.
Mito – O diabetes tipo 2 nem sempre apresenta sintomas. Por isso, pessoas com casos na família precisam fazer o exame de glicemia de forma regular. O tipo 1, por sua vez, apresenta vários sintomas como sede excessiva, vontade frequente de urinar, fome constante e perda de peso.
3- Diabetes aumenta a chance de enfartar
Verdade – A diabetes pode aumentar em até três vezes o risco de infarto, caso o paciente não desenvolva hábitos saudáveis, incluindo atividade física regular.
4- Diabetes é sempre a falha do pâncreas
Mito – Antigamente, pensava-se que a diabetes era causada apenas por disfunções ou sobrecarga do pâncreas. A partir de 2004, no entanto, descobriu-se que a doença pode ainda ser motivada por problemas no intestino, rim, fígado e cérebro. Com isso, foram desenvolvidos remédios diferentes para cada tipo de diabetes.
Perguntas do público
1 – A partir do momento que a pessoa começa a usar insulina, ela nunca mais vai parar de usar?
Em pacientes de diabetes tipo 2, a insulina pode ser administrada em algumas fases do tratamento e pode ser suspensa com a adoção de medicamentos específicos tais como os análogos do GLP1 e SGLT2. Já no diabetes tipo 1, a insulina não pode deixar de ser usada.
2 - O que acontece se o diabetes não for tratado adequadamente ou se a pessoa não sabe que tem diabetes e não se cuida?
Se a diabetes não for tratada, o açúcar se acumula nos vasos sanguíneos e as principais consequências são perda da visão, amputação de membros inferiores, infarto e AVC.
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