Sintomas podem incluir tristeza, desânimo, falta de interesse, dificuldade de realizar as atividades e outros.
A depressão e a ansiedade atingem cada vez mais pessoas em todo o Brasil. Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país apresenta a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e ocupa o quinto posto em casos de depressão.
Cerca de 9% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população. As causas destes distúrbios são multifatoriais, variando entre herança genética, meio ambiente e fatores sociais. Mas muitos ainda desconhecem que as alterações hormonais também podem deflagrar os sintomas e, por isso, precisam igualmente ser incluídas na investigação das possíveis causas, a fim de estabelecer o tratamento adequado.
O hipotireoidismo, por exemplo, pode estar relacionado com quadro de depressão, uma vez que pode causar tristeza, desânimo, falta de interesse, dificuldade de realizar as atividades, entre outros. Desta forma, é recomendado que a investigação dos casos de depressão também inclua o exame de TSH e T4 livre para esclarecer o diagnóstico. Se o resultado for positivo, a disposição e humor poderão ser restabelecidos por meio do tratamento da tireoide.
A carência ou excesso de outros hormônios no organismo também podem causar depressão, tais como nos casos da corticotrofina, cortisol, estrogênio e progesterona. A depressão pode também ser provocada por falhas na produção do hormônio insulina em pacientes com diabetes e ainda quando o quadro de resistência à insulina atinge os receptores cerebrais.
Por outro lado, as alterações hormonais que as mulheres vivenciam no ciclo menstrual muitas vezes chegam a causar transtorno de ansiedade, por meio da dificuldade de concentração, problemas no sono e preocupação excessiva, configurando um quadro depressivo.
Mitos e verdades
1- Usar hormônios da menopausa diminui a depressão.
Verdade – Pois o corpo é afetado pela falta de carboidratos e, assim, terá de buscar outra fonte de energia, que é a gordura corporal. Por isso, nos primeiros 4 dias, pode haver sintomas de cansaço, mal-estar e tontura. Contudo, depois que o corpo entra em cetose, ocorre um aumento de energia e da taxa de metabolismo basal. A partir daí, a pessoa passa a queimar calorias mais rapidamente e fica com mais disposição física e cerebral.
2- Demência pode ter relação com diabetes.
Verdade – Isso pode ocorrer não só por causa da resistência insulínica, mas também porque a diabetes é uma doença crônica, que produz inflamações que chegam a influenciar os hormônios cerebrais.
3- A perda de memória tem relação somente com vitaminas
Mito – Existem dois tipos de memória: a recente e a retrógrada. A memória recente pode ser afetada não apenas por falta de vitaminas, mas também por quadros de ansiedade, pânico e alterações hormonais. Em particular, episódios de insulina alta configurariam um dos motivos. Por isso, alguns remédios para diabetes são hoje utilizados para melhorar a memória.
4- É possível tratar a memória com vitaminas e minerais.
Verdade - Quem tem perda de memória precisa verificar níveis de zinco, magnésio, selênio, coenzima Q10, ômega 3, complexo B e ácido fólico. É muito importante comer verdura escura e peixes - que é rico em fósforo. Vários tipos de vitaminas são importantes para formar e conectar neurônios.
Perguntas do publico
1 – Antidepressivos podem desregular os hormônios do corpo?
Muitas pessoas têm medo de usar um ansiolítico ou um antidepressivo. Mas eles só trazem benefícios quando indicados no momento certo e na dose recomendada. Esses medicamentos contribuem para que a pessoa saia da confusão em que se encontra, até o restabelecimento do equilíbrio hormonal. Estudos científicos mostram que uma depressão não tratada ou malcuidada aumenta o risco de demência no futuro.
2 – Tenho ansiedade e não consigo me concentrar. Esqueço de tudo e fico irritada. Pode ter relação com a falta de algum hormônio?
Parece um caso de Síndrome de Ansiedade Generalizada, que pode até levar a pânico e a transtorno de déficit de atenção. Um paciente com esse quadro apresenta menos dopamina no cérebro. Pessoas com esse diagnóstico em geral são capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas raramente terminam as tarefas. Da mesma forma, chegam a ter ideias mirabolantes e maravilhosas, mas não conseguem executá-las. Isso gera angústia e ansiedade.
O diagnóstico desse tipo de quadro não é simples. Diferentes critérios devem ser avaliados e é preciso fazer várias dosagens hormonais. Mas, uma vez que a suspeita é confirmada, o quadro poderá ser revertido por meio de um tratamento eficaz.
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