Diversas pesquisas indicam que isso pode de fato ocorrer.

A prolactina é um hormônio muito conhecido por desencadear a produção de leite materno após o parto. Mas suas funções vão além, uma vez que ela também pode influenciar o metabolismo e o peso corporal.
Por isso, alguns estudos apontam que uma pessoa pode ganhar peso em caso de desequilíbrio na produção da prolactina, quando o organismo eleva a sua dosagem para níveis anormais.
Prolactina elevada
Hoje se sabe que alguns quadros podem provocar um aumento na produção do hormônio:
1. Tumores hipofisários
São tumores benignos (adenomas) localizados na hipófise.
2. Medicamentos
Certos medicamentos como antipsicóticos, antidepressivos e remédios para controle da pressão arterial, podem elevar os níveis de prolactina.
3. Condições hipotálamo-hipofisárias
Danos ou distúrbios no hipotálamo ou na hipófise podem interferir na regulação adequada da prolactina.
4. Gravidez e lactação
Durante a gravidez e a amamentação, é normal que os níveis de prolactina se elevem para facilitar a produção de leite materno.
Sintomas da prolactina alta
Os principais sintomas variam de acordo com o sexo do paciente:
1. Nas mulheres
- Irregularidades menstruais ou ausência de menstruação (amenorreia)
- Infertilidade
- Produção de leite fora do período de amamentação (galactorreia)
2. Nos homens
- Disfunção erétil
- Redução da libido
- Ginecomastia (crescimento anormal das mamas)
Afinal, a prolactina alta causa ganho de peso?
Os estudos ainda não são conclusivos. Mas diversas pesquisas indicam que sim, a prolactina elevada pode influenciar o metabolismo e, indiretamente, estar associada ao ganho de peso:
1. Alterações no metabolismo basal
Estudos sugerem que níveis elevados de prolactina podem estar associados a uma redução no metabolismo basal. Um metabolismo basal mais baixo significa que o corpo queima menos calorias em repouso, o que pode contribuir para o ganho de peso se a ingestão calórica permanecer a mesma.
2. Impacto no apetite e saciedade
A prolactina pode influenciar os níveis de hormônios que regulam o apetite e a saciedade, como a leptina e a grelina. A leptina está envolvida na sinalização de saciedade, enquanto a grelina estimula o apetite. Níveis elevados de prolactina podem interferir nesses mecanismos, possivelmente levando a um aumento da fome e ao consumo excessivo de alimentos.
3. Efeitos sobre a composição corporal
A prolactina elevada pode levar a alterações na composição corporal, como um aumento na massa de gordura corporal. Esse aumento pode ser devido a alterações na forma como o corpo armazena gordura ou no modo como lida com a energia.
4. Associação com distúrbios metabólicos
Algumas pesquisas sugerem que a prolactina elevada pode estar associada a um aumento do risco de síndrome metabólica, uma condição que inclui obesidade abdominal, resistência à insulina e dislipidemia. Esses fatores podem contribuir para o ganho de peso.
5. Impacto na função tireoidiana
A prolactina elevada pode estar associada a distúrbios na função da tireoide, como o hipotireoidismo, que pode levar ao ganho de peso. A função tireoidiana comprometida pode reduzir o metabolismo e aumentar o acúmulo de gordura.
6. Relação com o SOP
Em mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) pode haver uma associação com ganho de peso devido a alterações hormonais complexas.
Evidências Clínicas
A literatura médica sugere que mulheres com prolactina elevada frequentemente relatam ganho de peso, especialmente quando há presença de prolactinomas (tumores benignos que produzem prolactina) ou outras condições associadas.
No entanto, a resposta ao aumento de prolactina e o impacto sobre o peso corporal podem variar entre indivíduos. Além disso, a interação entre prolactina e outros hormônios e sistemas metabólicos pode influenciar a forma como o peso é afetado.
Por isso é importante adotar uma abordagem abrangente para o manejo do peso em pacientes com prolactina elevada - o que pode incluir intervenções médicas, nutricionais e comportamentais.
Tratamento da Prolactina Alta
Quando indicado, o tratamento pode incluir:
- Medicamentos como agonistas dopaminérgicos, que ajudam a reduzir a produção de prolactina.
- Cirurgia nos raros casos em que exista a necessidade de remoção de tumores hipofisários.
- Simples acompanhamento para avaliar a resposta ao tratamento e os níveis hormonais ao longo do tempo.
Conclusão
De acordo com pesquisas, a prolactina elevada pode influenciar o ganho de peso, principalmente por meio de alterações no metabolismo basal, no apetite e na composição corporal.

Mitos e verdades
1. Prolactina alta não é grave e por isso não precisa ser tratada.

Mito. A prolactina alta não tratada pode causar problemas de fertilidade, irregularidades menstruais, problemas na produção de esperma, produção de leite fora do período de amamentação e outros.
2. Prolactina alta pode causar osteoporose.

Verdade. Níveis elevados de prolactina podem interferir na absorção de cálcio pelos ossos, aumentando o risco de osteoporose a longo prazo, especialmente em mulheres pós-menopáusicas.
3. Prolactina alta pode causar dor de cabeça

Verdade. Em casos raros e severos, especialmente quando associados a tumores hipofisários grandes (prolactinomas), a pressão sobre os tecidos circundantes do cérebro pode causar dores de cabeça intensas, problemas de visão e outros sintomas neurológicos.
4. Não é possível trocar o medicamento que eventualmente cause a elevação de prolactina.

Mito. Em muitos casos a troca é possível, seja qual for o tipo de medicamento, considerando antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos e outros.

Principais dúvidas
1. As mulheres são mais propensas a sofrer de prolactina elevada?
Sim, devido ao papel essencial da prolactina na função reprodutiva e a uma maior incidência de distúrbios que afetam os níveis desse hormônio.
2. Qual a prevalência da prolactina elevada na população?
Estudos indicam que pode afetar de 0,4% a 1% da população geral. Pode parecer pouco, mas somente no Brasil atingiria de 1 a 2 milhões de pessoas.
3. Quais as chances da irregularidade menstrual ser sintoma de prolactina alta?
Estudos sugerem que a doença atinge de 10% a 25% das mulheres com irregularidades menstruais ou com produção de leite sem relação com gravidez (galactorreia).
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