Doença chega a triplicar o risco de mortalidade por problemas cardiovasculares.

Classificada como doença no final dos anos 80, a Síndrome Metabólica desde então vem afetando de forma crescente a população. No Brasil, cerca de 25% das pessoas já apresentam esta condição que chega a triplicar o risco de mortalidade por doenças cardiovasculares.
A Síndrome Metabólica é diagnosticada pela presença de pelo menos 3 dos seguintes fatores:
1. Aumento da circunferência abdominal na altura da cintura: maior que 102 cm nos homens e acima de 88 cm nas mulheres.
2. Nível baixo de HDL, que é o colesterol bom: menos de 40mg/dl nos homens e abaixo de 50mg/dl nas mulheres.
3. Aumento dos triglicérides: 150mg/dl ou superior
4. Pressão sanguínea alta: maior que 135/85 mmHg
5. Glicemia elevada: 110mg/dl ou superior.
As pessoas com um ou mais desses sintomas precisam fazer o check-up com regularidade para prevenir as consequências da Síndrome Metabólica.
Além do risco triplicado de infarto e AVC, os pacientes com a doença podem também desenvolver a diabetes tipo 2, que ocorre quando as células do corpo passam a resistir à ação do hormônio insulina, uma vez que tentam evitar os prejuízos da entrada excessiva de glicose.
No entanto, essa reação das células, denominada resistência insulínica, faz com que a glicose permaneça na corrente sanguínea, gerando diversas consequências.Alguns desses desfechos são severos, tais como cegueira, insuficiência renal, infarto, AVC e falência do pâncreas por conta do esforço excessivo de produzir insulina. Outros possíveis efeitos igualmente preocupantes são o maior risco de câncer de tireoide, próstata, mama e pulmão. Além disso, a diabetes tipo 2 aumenta a ocorrência da Síndrome dos Ovários Policísticos, depressão e demência.
Por conta desse amplo conjunto de problemas que precisam ser considerados, a Síndrome Metabólica possui tratamento multifatorial, que envolve perda de peso, dieta, atividade física e o uso de medicamentos.

Mitos e verdades
1. O desequilíbrio hormonal pode piorar a síndrome metabólica.

Verdade – A Síndrome Metabólica se relaciona com insulina alta, que desencadeia o aumento da grelina e do cortisol –os hormônios da fome e do estresse. Também eleva a adrenalina e epinefrina, acentuando o estresse e a ansiedade.
2. Quem tem mais acúmulo de gordura abdominal tem mais riscos de ter doenças cardiovasculares.

Verdade – O risco é duas a três vezes maior para infarto e angina. Por isso, o paciente precisa se cuidar com atividade física e alimentação adequada. Para reduzir o risco metabólico é preciso também diminuir o uso de sal na comida e o consumo de carboidratos.
3. Crianças não apresentam Síndrome Metabólica.

Mito –Sabe-se que a obesidade tem aumentado muito entre as crianças. No Brasil, 1/3 delas estão acima do peso em decorrência de genética, sedentarismo e da dieta.Nessa faixa da população, o risco de Síndrome Metabólica hoje é de 4,2 %.
4. Existe tratamento medicamentoso para Síndrome Metabólica.

Verdade – A base do tratamento é a dieta e o exercício físico. Mas os remédios podem ser úteis para casos de resistência insulínica, por exemplo. Um dos medicamentos indicados é a metformina, que é usado há mais de 65 anos no mundo. Outro remédio que pode ser recomendado é a glicasona. Existem ainda os análogos do GLP1, que deverão chegar ao Brasil dentro de 10 anos.

Perguntas do publico
1 – Jejum intermitente pode ser uma alternativa para melhorar a Síndrome Metabólica? E a dieta Low Carb?
Sim, estas dietas ajudam porque diminuem a ingestão de carboidratos. Entretanto, para Síndrome Metabólica, recomenda-se a Dieta Dash junto com a Dieta do Mediterrâneo. Em ambas as dietas, há um aumento da ingestão de proteína, diminuição das gorduras do mal e aumento das gorduras do bem.
2 – Depois que entrei na menopausa, engordei muito, principalmente na barriga. Eu já tive um infarto. Corro o risco de infartar novamente?
A pessoa que já teve um infarto tem 50% de risco a mais de ter outro. Por isso, é preciso procurar ajuda médica.
Além disso, esse cuidado precisa ser redobrado após a menopausa, pois o risco de infarto cresce na medida em que o corpo diminui a produção de estrogênio, que é um protetor cardiológico.
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